quarta-feira, 10 de março de 2010

Em grande forma

A propósito do PEC, na SIC/N, Nuno Morais Sarmento, frente-a-frente com Francisco Assis, disse mais e melhor em 30 minutos que PSD e CDS/PP juntos haviam conseguido em 48 horas. Foi acutilante sem ser demagogo, foi arrasador sem ser deselegante. Passou a pente fino os pontos-chave da desorçamentação e da previsão de receitas aventadas, sublinhou tenazmente a ausência de previsão de crescimento económico, descoseu as premissas do Governo de alto a baixo, e ainda conseguiu a "proeza" de mostrar numa rajada as diferenças nucleares entre duas visões distintas do Estado e da Sociedade. Tudo isto, perante um líder parlamentar socialista que, para além de óptimo tribuno e político respeitável é também, reconhecidamente, um pilar fundamental da defesa do Primeiro-Ministro, em várias frentes. Se juntarmos a esta prestação o teor das recentes declarações que proferiu sobre Cavaco Silva, precisamente na altura em que o Presidente da República começa a dar sinais de ter firmada a ideia de um segundo mandato, pese embora Morais Sarmento alegue o seu "estatuto jurisdicional" para se reservar, o mais certo é vermos, em poucos dias, o pugilista calçar as luvas e ir para o ringue, com ganas de dar muita luta. Os bravos costumam ser assim.