sábado, 27 de março de 2010

Sacar da cartola

Se estivesse no lugar de José Sócrates - pela defesa dos "superiores interesses nacionais", das preocupações do Presidente da República, da imagem externa do País junto da União Europeia e das agências de rating, dos danos irremediáveis da Comissão de Inquérito e do fogo anunciado pelo novo líder do principal partido da oposição - jogava a cartada decisiva:

Avançava imediatamente com um pedido de Moção de Confiança ao Governo.

Aguentar os cavalos até 2011, apodrecendo, até que Cavaco Silva seja reeleito, a Assembleia dissolvida e o PSD receba o poder de bandeja, é que nunca. A clarificação política permitiria ver cada parte sacar o seu coelho da cartola e qual delas apostaria uma esfola.

Um Primeiro-Ministro não pode governar com chumbo nas asas. Se tiver que cair, que seja com honra. Jamais pode permitir-se ser queimado vivo. Por isso, é agora tempo de morrer ou viver, e quem não mata, morre.