sexta-feira, 5 de março de 2010

Pura gasolina

A capa do jornal “Sol”, hoje nas bancas, não é exercício da liberdade de expressão, não é legítimo contra-poder, não é direito à informação, não é serviço à opinião pública, nem tampouco é um ataque cerrado à terceira figura do Estado. É artimanha pidesca, é usurpação de poder, é ilegítima panfletária, é despudorada manipulação, é uma golpada fria, cobarde e malvada no que ainda faltava esquartejar nos Direitos, Liberdades e Garantias que, de Fundamentais, pouco mais lhes sobra que o facto de continuarem escritos no texto Constituição da República, diante do espatifamento de uma Democracia agonizante.

José António Saraiva pode ter todas as razões do mundo para largar fósforos a José Sócrates. Faz parte do jogo. Mas daí a regar o País com gasolina, não é jogo; é abismo e demência! Sonoras gargalhadas loucas que, num ápice, passarão a gemidos afónicos e dolorosos, com Portugal consumido por labaredas infernais, sob céu denso, forrado a chumbo, onde nem um raio de sol espreitará.