quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Candidato a Belém - agradeçam à AMI e ao Haiti!

Não conheço Fernando Nobre. Após a tragédia do Haiti, enviei-lhe uma mensagem, através da caixa de comentários do Blogue embandeirado pela AMI, a propósito de uma iniciativa, sob forma de petição, que propõe acolher desalojados em Portugal. Resposta? Nenhuma...

Não se trata do mérito da proposta. O Senhor AMI há-de saber, melhor que ninguém, qual a melhor forma dos portugueses ajudarem as vítimas, para além da campanha de angariação de fundos em curso, amplamente divulgada nos meios de comunicação social, que vai colhendo donativos de um país que não pode dar mais do que tem, e onde tudo é pouco.

Trata-se da postura. Da postura de alguém que nem se digna responder à correspondência recebida numa causa em que, alegadamente, deposita todo o seu empenho e que, pelos vistos, consagrou este nosso filantropo,  ou não lhe fossem reconhecidos os inestimáveis serviços que presta, com altruísmo.
Seria, pois, perfeitamente compreensível se o dito senhor não tivesse mãos a medir, ocupado que estava a salvar vidas, em vez de dar vazão ao expediente... mas não. Eis que aparece um candidato presidencial!

Pensando bem, também é preciso erguer a Pátria dos escombros, e o Haiti, que já não abre telejornais, passou a problema secundário...
Não acham que deveríamos estar todos muito gratos à AMI e ao Dr. Fernando Nobre? E não acham que as primeiras palavras do candidato poderiam começar por um estrondoso, “Viva o Haiti”?
Portugal orgulhar-se-ia de não enviar banha da cobra para ali... era um consolo enorme, se não fosse a mais descarada das fraudes.

2 comentários:

Inês Dentinho disse...

Conheço Fernando Nobre. Gosto dele pessoalmente. Conversámos longamente num jantar. Parece uma pessoa conhecedora do Primeiro e do Terceiro Mundo; íntima da natureza humana; alguém que distingue o essencial do acessório. Talvez por isso me desgoste tanto esta tentação do poder que, ainda que injustamente, transforma os anos de serviço aos mais desfavorecidos numa espécie de investimento a longo prazo com dividendos políticos garantidos num eleitorado que fará a relação causal entre a admiração e a esperança. Sem que isso tenha a ver com o que está em causa na Chefia de Estado.Inês Dentinho

Ricardo Alves Gomes disse...

Inez,
Acho que todos nós conhecemos portugueses com o perfil que traçou. O perfil. Carácter, é mais complicado... mas não importa agora aqui. Virá ao de cima. Mais depressa que a viagem de ida e volta de um C-130 ao Haiti, com a AMI.
Espero para ver, com interesse, bem como o que que o candidato traz de novo.