sábado, 6 de fevereiro de 2010

O primado da Política

Desta vez, antes fosse só fumaça.

O fósforo aceso pela Lei das Finanças Regionais, mais as agências de rating, mais o Ministro das Finanças, mais o Comissário Almunia, mais as reacções dos mercados financeiros, mais a estocada do "Sol" - mais todas as análises, comentários, especulações e temperos, que se lhes vieram juntar - convocam o País a olhar-se num espelho cristalino, o mais distanciado possível deste ou daquele quisto em particular.

Já não é o responsável A ou B que estão em causa, como também já não o caso C ou D, nem a instituição E ou F. Tudo isso corre termos cirúrgicos e é passível de intervenções, na mesa das especialidades.
Vital é saber se haverá oxigénio para a encruzilhada do Estado e o impasse do Regime.
Muito sintomático é ver a Economia apelar à Política. José Gomes Ferreira, p.ex., ainda ontem, no "Expresso da Meia Noite".

"Curiosas", são as entrelinhas de uma frase do Presidente da República que hoje faz manchete, ou as declarações de Alberto João Jardim, já depois da reunião do Conselho de Estado e da LFR passar no Parlamento, a qual, a partir daí, não mais lhe pertence, mas à Assembleia da República, que a votou.

Portugal vai ter mesmo de entregar o primado à «Política», muito a sério.
O problema é a confusão instalada entre Política e «politiquice»... o primado só nos será útil se a primeira conseguir vencer esta última.
Para ultrapassar «o impasse português», eis o primeiro combate.