domingo, 14 de fevereiro de 2010

Contra-manifestação

Consta que está a ser convocada uma manifestação popular de apoio ao Primeiro-Ministro. Muito bem. Quem for pelo PM tem todo o direito de se manifestar. Vai aparecer muita gente, muito mais que “meia dúzia de gatos pingados”. A ideia só pode ser esta; no meio da nebulosa nacional, mostrar ao País de que lado está o Povo e, por essa via, abafar a zaragata e pôr cobro à encruzilhada explosiva, que em muito compromete também a Oposição e o Presidente da República, diga-se.

Ora, se os “prós” vierem por aí abaixo, como tábua de salvação da “regência” - que já não é capaz de se segurar de pé sozinha - isso significará que o Poder caiu na rua. Só assim não será se os “contras” ficarem à espera que as Instituições funcionem...

O problema aqui é que os “contras” costumam falar muito de mudanças e rupturas mas só fazem o mínimo. Costumam preferir ver “a banda passar”. Têm medo de partir para a contra-manifestação. Os “contras”, verdade seja dita, querem tudo e o seu contrário. Querem tomar o poder, (vamos vendo dentes que se arreganham), mas sem levantar muitas ondas. No fundo, querem apenas mudar de Governo, instalar-se, fazer uma operação de cosmética à República, isto, sem abalar o Sistema, manjedoura do seu alimento.

É por isso que a Oposição tem medo.
É por isso que o PR está com mil cuidados.
É por isso que se recorre insistentemente ao argumento da defesa dos “superiores interesses nacionais”.

A questão não está no PM. A questão está no obscurantismo global desta República caduca.
Em ano do centenário, o melhor tributo que os “contras” podiam prestar à República era, precisamente, inaugurar uma nova. Data? Querem melhor que 25 de Abril de 2010?
Que ninguém se aflija - Portugal não acaba.

PS: Convém rever…
http://www.youtube.com/watch?v=TlEYA5PyWTg
http://www.youtube.com/watch?v=hiUWYGu1Qco