O outro dia ouvi alguém dizer, com ironia negra, “Este não será o pior Natal dos últimos anos mas o melhor dos próximos”.
Não se fala de outra coisa – CRISE. É global e é europeia. É nacional, ainda mais.
Portugal chegou ao fim de um ciclo, 34 anos sobre o 25 de Abril, e a República está moribunda (...)
E porquê?
Sobretudo, porque as pessoas, pura e simplesmente, deixaram de acreditar no que quer que seja.
O descrédito não é exclusivo das finanças, dos mercados ou da economia. É muito mais fundo. É uma aguda pandemia sócio-cultural e atravessa todas as células.
Embora o contexto seja completamente diferente (...) o certo é que, no plano das percepções, várias são as analogias com o clima que se vivia em 1973... os tempos mudaram. Só por hipótese académica se equaciona um novo golpe militar.
Todavia, vai-se adensando, de forma cada vez mais clara, a percepção de que “isto vai rebentar”.
Já não sobra qualquer “suplemento vitamínico” a Portugal para que um partido, plano, programa ou “D. Sebastião” venha salvar a III República (...)
Fórum Ilha das Flores, 14 de Dezembro de 2008